O dia 27 de março ficará marcado na memória de todos os que participaram do evento Especial Mês da Mulher promovido pela AEA/SJCampos Mulher em parceria com o CREA-SP e apoio do Programa Mulher do Sistema Confea/Crea e Mútua.

A noite foi marcada pelo bom gosto, trocas de experiências profissionais e o debate de temas relevantes e sensíveis às mulheres como a participação no mercado de trabalho e os papéis exercidos em sociedade.

A consultora Juliana Beraldo ministrou uma palestra sobre a “Síndrome da Impostora: por que tantas mulheres desacreditam da própria capacidade?”, um comportamento que gera falta de confiança e auto sabotagem entre muitas mulheres.

A síndrome da impostora faz parte da vida de profissionais, estudantes, mães e outras mulheres que têm plena capacidade e talento para estar onde estão, mas que muitas vezes se sentem inseguras quanto a isso.

“Quando nos colocamos em postura de aprendizado, aprendemos com todos e o tempo todo, alavancando nosso autoconhecimento. Gosto de conectar pessoas ao conhecimento, à informação, às soluções, tanto por meio do meu trabalho ou como no meu dia a dia. E muitas vezes precisamos lembrar de ser ponte para nós mesmas e buscar soluções para nossas vidas, compartilhar desafios e tentar entender o que sabemos a nosso respeito e o que nos faz bem. Muitas mulheres não se sentem merecedoras de seu sucesso e suas conquistas e é sobre isso que conversamos hoje”, falou Juliana.

O Presidente da AEA/SJCampos e Diretor Nacional de Benefícios da Mútua, o Eng. Civil Carlos Vilhena, fez a abertura dando boas-vindas a todos, relembrando o histórico de reconhecimento e valorização da profissional mulher da Associação que conta com importantes iniciativas como a AEA/SJCampos Mulher, o time de futsal feminino da Atlética AEA/SJCampos e a crescente participação das mulheres como diretoras e conselheiras, ocupando cargos que são seus por direito, capacidade e merecimento.

“O AEA/SJCampos Mulher nasceu há aproximadamente 8 anos com o suporte de profissionais que se predispuseram a trabalhar a equidade de gênero e igualdade de direitos dentro da Associação. O Programa Mulher é uma conquista para nós profissionais, tanto dentro do Confea, onde foi idealizado pelo presidente Joel Krüger, assim como pelo CREA-SP, que ganhou força com o presidente Vinicius Marchese. Como Diretor Nacional da Mútua gostaria de citar uma conquista muito especial, o auxílio maternidade, que visa ajudar as mulheres profissionais com uma renda de até 3 salários mínimos profissionais durante os quatro primeiros meses da maternidade. Desejamos ainda implementar muitos outros benefícios que sejam voltados à equidade e valorização da profissional mulher.

Representado também pelo Diretor Financeiro da AEA/SJCampos, o Arq. Urb. Rolando Rodrigues da Costa, e por sua esposa Silvia Regina Cardoso Paiva, Carlos falou ainda sobre como a equidade de gênero deve ser entendida não somente como um espaço a ser conquistado, mas como o reconhecimento de papéis que já são exercidos pelas mulheres.

Após a palestra, as profissionais convidadas Paula Del Belo, Poliana Siqueira e Priscila Gregati, realizaram uma roda de conversa com todos os presentes para compartilhar histórias que motivaram todas as participantes a se conectarem e também compartilharem seus desafios e conquistas pessoais e profissionais, contribuindo para uma sociedade mais diversa e plural.

Engenheira Civil Poliana Siqueira, Coordenadora do Comitê Gestor do Programa Mulher do Sistema CREA/CONFEA/MÚTUA e da Comissão Especial da Equidade de Gênero e Diversidade e Conselheira da CEEC do CREA-SP, pontuou que a AEA/SJCampos foi pioneira no implemento do programa AEA/Mulher. “Aqui é onde tudo começou. Esse mês representa nossas lutas e nossas conquistas. Muitos obstáculos foram vencidos pelas mulheres durante a história e nós continuamos essa luta até os dias de hoje para vencer muitos outros”.

Para Paula Dal Belo, Idealizadora e Diretora do Lidérica, “temos muito o que aprender uma com a outra por meio de nossas histórias, vivências e experiências boas e ruins. Quando buscamos autoconhecimento, conhecer nossos pontos fortes e fracos, fica muito difícil alguém conseguir nos tirar do lugar que é nosso por direito e merecimento. Também acredito que precisamos ser gratas a tudo o que conquistamos, seja algo grande ou algo pequeno”.

A convidada Priscila Gregati é idealizadora do projeto Quero Jogar Futebol Feminino, projeto que apoia e incentiva o futebol feminino no Vale do Paraíba, e é técnica da equipe feminina de futebol society da AEA/SJCampos desde 2018. Ela trouxe em sua fala importantes reflexões sobre o esporte, a qualidade de vida e a autoestima das mulheres.

“Não é só sobre futebol. A parte mais fácil é ensinar o futebol, mas por trás disso falamos sobre empoderamento feminino e networking. Com o programa de futebol a mulher profissional vai fazer uma atividade física, mas consegue também se descobrir e saber que existem outras mulheres que compartilham dos mesmos gostos e assim criam laços que vão além do campo, como amizades e parcerias comerciais. Esse é o grande benefício do projeto. Empoderar e conectar todas essas profissionais”, afirmou Priscila.

O programa AEA/SJCampos Mulher foi criado como uma oportunidade de trazer esse importante debate à Região Metropolitana do Vale do Paraíba por meio de palestras, cursos e capacitações, com o intuito de incentivar as mulheres a exercerem a liderança, o papel delas enquanto profissionais.


Depoimentos:

Engenheira Civil Lindalva Lopes – “Falamos muito durante a palestra sobre a interferência da família em todo o processo de desenvolvimento. Sou quilombola do Litoral Norte e tive que caminhar muito para conseguir o meu espaço. Senti a necessidade de ter o apoio da minha família e dos meus pais, mas eles não tinham estudo, conhecimento e não sabiam como me apoiar. Foi um desafio muito grande e hoje busco acertar e dar o meu melhor, sempre olhando para a frente”.

Engenheira Civil Maria Rita Singulano – “Fui criada no meio rural em Minas Gerais com 17 irmãos. Meus pais eram simples, mas sempre apoiaram os estudos. Seguindo o exemplo do meu irmão mais velho me tornei engenheira. Durante um relacionamento de 9 anos fui dona de casa e criei meus filhos, mas sempre fui uma mulher em destaque. Fui presidente do GT Mulher, a primeira mulher a ser Secretária de Obras de São José dos Campos, fui Secretária de Habitação, e hoje sou empresária e a primeira mulher a presidir a Associação das Construtoras de São José dos Campos – Aconvap. Precisamos nos unir e compartilhar nossas experiências para que todas as mulheres saibam que nós somos capazes”.

Empresária Gisele Moura Costa – “Por 22 anos eu vivi em um relacionamento em que eu era intitulada como burra. Quando eu saí desta situação soube que eu não era burra, abri uma empresa de assessoria de eventos e atualmente, quando me vejo com medo, tento olhar para meu passado e busco sempre aprender. Não aceito mais que alguém me afete. Precisamos saber quem somos”.

Estudante de Engenharia de Produção Thais Silva da Conceição – “Faço parte do time da Atletica AEA/SJCampos feminino. E antes de eu entrar no time tinha receio, pois nunca pratiquei ativamente nenhum esporte. Eu acreditava que iria atrapalhar o time. Hoje, além de aprender a jogar, eu aprendi a partilhar. Conheci muitas mulheres que me incentivaram. Não somos só um time, somos quase uma família. Muitas vezes não temos esse incentivo em casa. A partilha de cada uma das participantes aqui presentes é muito importante e me sinto mais incentivada”.

Massoterapeuta Gabriela Moraes – “Minha filha sempre quis jogar futebol e encontrou um grupo de clube que só tinha o time masculino. Ela quis mesmo assim e foi muito rejeitada, sentindo-se frustrada. Gostaria de compartilhar também que morei 10 anos na Bahia e vivi em um relacionamento muito difícil. Quando cheguei a São José dos Campos tive muito apoio de grandes mulheres, que me incentivaram a lutar por mim e por meus filhos”.

Arquiteta Thais Masutti – “Nunca é tarde para começarmos. Vivi uma história muito difícil. Sempre tive muitas coisas para cuidar, pois meu marido tinha problemas psiquiátricos. Com 47 anos entrei na faculdade de arquitetura com uma bolsa integral após prestar o ENEM. Lutei muito para me formar, pois precisava trabalhar. Sempre fiquei muito insegura, mas aprendi que minha experiência de vida me ajudou muito. Não devemos desistir nunca”.

Psicopedagoga Silvia Cardoso Paiva – “Sou da área educacional. A vida toda estudei sobre síndromes, dificuldades de aprendizagem, e temas comportamentais. Esses problemas trazidos hoje aqui também são comuns às crianças dentro da sala de aula. Recebemos os problemas da sociedade e da família dentro da sala. Precisamos trabalhar a coragem e a determinação de uma criança para que ela tenha força para chegar aonde nós chegamos. Precisamos levar esses temas para dentro das escolas para que essas profissionais cheguem a vida adulta já estruturadas”.

Vice-presidente da AEA de Taubaté, Eng. Clovis Savio Simões – “Sempre tive muito apoio das mulheres em minha vida e quero agradecer a todas, entre elas minha esposa e minha mãe. Estou representando a presidente da AEAT, Daniela, e quero dizer que sem ela não seríamos nada. Durante a palestra nos remetemos a vários medos. Precisamos sempre seguir em frente e dar o nosso melhor”.


Acesse https://aeasjc.org.br/mulher/ para fazer o download das Cartilhas do sistema CONFEA/CREA/MÚTUA.


Confira as fotos do evento.

https://www.instagram.com/reel/CqXp17BIEOU/?igshid=YmMyMTA2M2Y=