Até 2050, a expectativa é de que 70% da população mundial esteja concentrada em áreas urbanas, conforme previsão da Organização das Nações Unidas (ONU). Dos mais de 213 milhões de habitantes do Brasil, 21,9% vivem em 17 municípios, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Dos 5.570 municípios brasileiros, 49 têm mais de 500 mil habitantes e 3.770 contam com menos de 20 mil. O adensamento populacional pressiona as gestões das cidades a assumir papeis mais ativos e pensar em soluções para atender ao crescimento por demandas públicas.

É neste contexto que o País se vê diante de um grande desafio: como transformar as cidades brasileiras em lugares com mais qualidade de vida? Isso significa, principalmente, ampla oferta e funcionamento dos serviços públicos, garantindo a todos o mesmo acesso a saúde, educação, moradia, mobilidade urbana, segurança e meio ambiente, entre outros pontos.

Para resolver essa equação, existe um conceito – que não é novo -, mas tem se popularizado cada vez mais: as cidades inteligentes. Diferentemente do que se pode pensar, uma cidade inteligente não é aquela com mais sistemas eletrônicos ou tecnologias implantadas, e sim uma cidade cujo planejamento leva em consideração melhorias e benefícios para todos os cidadãos, tendo a tecnologia como um meio para alcançar esses objetivos.

São quatro os pilares que sustentam esse tipo de cidade, de acordo com a Geógrafa Grazi Carvalho, fundadora e CEO do Instituto Smart Citizen (ISC): cidade humana, eficiente, sustentável e inteligente.

“Nenhuma cidade no Brasil tem esses quatro pilares funcionando, mas muitos municípios estão no caminho. De um estudo que fiz das cidades mais inteligentes do mundo, todas percorreram quatro passos: envolvimento dos agentes da inovação nesse projeto, sendo governo, setor privado, instituições de ensino e sociedade civil; instrumento de planejamento; definição de projetos; e alinhamento de recursos”, explica Grazi.
Sem a participação efetiva dos cidadãos não é possível criar uma cidade inteligente. A Engenheira Agrônoma e consultora sobre o assunto Waleska Del Pietro Storani ressalta que uma cidade só pode ser assim chamada se contemplar a todos. “A cidade é inteligente para todos ou não é para ninguém. A transformação começa com nossa atuação e envolvimento.
Os municípios estão começando a falar nisso, mas não sabem exatamente qual a cidade que têm em mãos. Por isso é importante ter um diagnóstico e saber quais são os indicadores e as prioridades. Isso é muito particular. Não tem uma receita pronta”.


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Revista CREA São Paulo

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