Augusto Cesar Nunes; Marcelo Alexandre Prado
Engenheiros de Alimentos – Universidade Estadual de Campinas- Faculdade de Engenharia de Alimentos, Campinas/SP – Brasil


RESUMO: A chegada de cervejas ao Brasil foi dificultada porque, por muito tempo, a indústria foi monopolizada por mercados internacionais. O primeiro registro de cervejas em território brasileiro data da época do Brasil colônia. Em meados de 1870, os portugueses construíram a primeira cervejaria brasileira. Na época do Brasil Império, a Inglaterra passou a dominar o mercado nacional de cervejas. Tratados e alianças feitos pelo Rei Dom João VI impediam a comercialização de cervejas brasileiras e permitiam que o abastecimento nacional fosse realizado quase integralmente pela Inglaterra. Todavia, o sabor mais amargo e o paladar mais acentuado das cervejas inglesas não agradavam aos brasileiros. Assim, o mercado nacional passou a se desenvolver mesmo sem o auxílio do governo.
Diversos “tipos” de cerveja foram desenvolvidos, levando gengibre mel e limão. Em 1885, a companhia Antarctica Paulista foi aberta, seguida logo pela Companhia Cervejaria Brahma, em 1888. Quando o Brasil se tornou republicano, o mercado nacional
de cervejas se desenvolveu muito. O Brasil atualmente sofre sua segunda revolução cervejeira com o desenvolvimento da escola brasileira de cervejas artesanais. Apesar de muita influência internacional, o Brasil está desenvolvendo e criando suas características e identidade de consumo.


1. INTRODUÇÃO

Uma das bebidas mais antigas consumidas pela humanidade, a cerveja acompanha a história da sociedade desde cerca de 6000 a.C., provavelmente junto com o desenvolvimento da agricultura, que levou à produção de um excedente de cereais. Nessa época, a cerveja era basicamente uma mistura de cereais e água que sofriam fermentação natural (HOUGH, 1985).
Com o passar dos anos, a bebida se tornou mais popular e, com isso, sua produção começou a ser mais organizada. A bebida é citada nos históricos da epopéia de Gilgamesh como a bebida dos povos civilizados, e a regulamentação da venda da bebida é parte do código de Hammurabi. A bebida passou praticamente sem alterações até 700 d.C., quando foi incorporado um novo ingrediente, o lúpulo, planta que possui amargor característico e propriedades antimicrobianas e, exatamente por estas características, foi introduzida à bebida (DE CLERK, 1987).

Durante a idade média, a cerveja era mais consumida do que água, era moeda de troca e servia como alimento. Devido a suas características e composição, era mais segura que a água para ser consumida por ser isenta de microrganismos patogênicos. Durante esse período, teve início a preocupação com a qualidade da bebida e por isso foi promulgada a primeira lei regulamentando um alimento na civilização ocidental, a Lei da Pureza da Baviera.

2. A CHEGADA DA CERVEJA AO BRASIL

2.1. BRASIL COLÔNIA

O primeiro relato da chegada da cerveja ao Brasil deu-se na época do Brasil Colônia. Tanto Holanda quanto Portugal auxiliaram na comercialização e no consumo da bebida no Brasil. Segundo Santos (2004, p.11), a Holanda era “apreciadora de cerveja e tinha boa organização política”. Assim, devido ao contato holandês com Inglaterra e a paixão pela bebida, os primeiros litros de cerveja descarregaram no Brasil. Todavia, em 1654, quando Portugal conseguiu expulsar a Holanda do país, a cerveja ficou por quase dois séculos sem chegar ao Brasil. Após estes anos, Maurício de Nassau, príncipe do estado de Nassau Siegen no Sacro Império Romano-Gêrmanico, juntamente com o mestre cervejeiro Dirck Dicx, trouxe ao Brasil a primeira fábrica de cerveja artesanal (COUTINHO, 2014). Porém, devido a dominância portuguesa no país, o consumo dessa bebida era complicado. Os portugueses dificultaram o comércio de cerveja, pois temiam diminuir a venda de seus vinhos, que naquela época eram um dos carros-chefes da economia lusitana (SANTOS, 2009).

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