Iniciativas que contemplam as dimensões social, econômica e ambiental estão cada vez mais presentes no cotidiano das cidades. Isso porque cumprir os 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS) da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) tem sido fundamental para a continuidade da vida. O relatório do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) da Organização das Nações Unidas (ONU) mostra que o limite de +1,5°C de aquecimento global será alcançado em 2030, dez anos antes do previsto, o que coloca bilhões de pessoas em risco.

O trabalho para mitigar esses efeitos, além de auxiliar nas questões sociais e econômicas, é dever de todos os setores. E a Engenharia não está fora disso, já que nasceu para facilitar o desenvolvimento da sociedade e pode estruturar projetos mais sustentáveis e justos. “Em tempos nos quais precisamos ser mais eficientes e fazer mais com menos, o setor é indispensável”, diz o presidente da Associação dos Engenheiros e Agrônomos de Salto (AEAS), Eng. Eletric. Caio Cesar Oliveira, para quem a área deve atuar para desenvolver uma comunidade mais consciente sobre a utilização dos recursos, como água e luz, que estão cada vez mais escassos, e trabalhar para melhorar a qualidade de vida de forma geral.

Em Salto, por exemplo, a AEAS atua em ações que promovem impacto direto no dia a dia da população local, como o auxílio à Comunidade Aliança da Misericórdia, da igreja católica da região. Uma das iniciativas é o projeto “Cidade Rahamim”, que trabalha na construção de uma comunidade em uma área de 750 mil metros quadrados para receber pessoas em situação de vulnerabilidade social. “Além disso, estamos ajudando a construir casas sustentáveis, com formas alternativas de construção para que se adequem à natureza, como por exemplo com a utilização de energia limpa”, afirma.

Para Oliveira, é de extrema importância que os profissionais da Engenharia estejam envolvidos em suas cidades na discussão do futuro. “Não é apenas um debate em nível federal, deve ser micro também. Devemos trazer as problemáticas para dentro dos municípios e debater a desigualdade social, e como a inovação e a tecnologia podem ajudar”, finaliza.

ENGENHARIA: UMA FERRAMENTA PARA A TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Fundada na França nos anos 1980 e com presença em mais de 60 países, com 150 mil membros, a ONG Engenheiros Sem Fronteiras (ESF) chegou ao Brasil em 2010. Aqui, são mais de dois mil voluntários fixos, distribuídos em 65 cidades pelo País. Estudantes e profissionais estão engajados em impactar a sociedade por meio da engenheria, educação, sustentabilidade e voluntariado.
Já são mais de 110 mil beneficiários atendidos por 940 projetos concluídos, que envolvem, por exemplo, o uso de técnicas de bioconstrução como ferramenta educacional, tijolo ecológico, abrigos contra incêndio, horta vertical e reuso de água, entre outros.

Atualmente em andamento na cidade de São Paulo, a ESF promove a ação “Escola Sustentável”, que tem como objetivo levar consciência ambiental, alimentação saudável e responsabilidade alimentar para crianças e jovens carentes.


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