O projeto de instalações elétricas prediais é uma representação gráfica e escrita do que se pretende instalar na edificação, com todos os seus detalhes e a localização dos pontos de utilização (luz, tomadas, interruptores, comandos, passagem e trajeto dos condutores, dispositivos de manobras etc.).

Cabe ao responsável pelo projeto arquitetônico estudar, com os usuários da edificação, como será a iluminação, onde estarão os pontos futuros de tomadas, telefonia, lógica etc.

A disposição dos móveis e, consequentemente, dos aparelhos eletrônicos e luminárias deve ser considerada como fundamento básico para a elaboração do projeto. Resolvidas essas questões, entra em cena o projetista de instalações elétricas para definir os circuitos, a bitola (seção nominal) dos fios e cabos e o dimensionamento e distribuição dos conduítes.

Quando bem elaborado e corretamente dimensionado, com materiais de qualidade comprovada e também integrado de uma forma racional, harmônica e tecnicamente correta com os projetos técnicos complementares, o projeto de instalações elétricas gera significativa economia na aquisição de materiais e na execução das instalações, além de evitar o superdimensionamento (ou sub) de circuitos, disjuntores desarmados, falta de segurança nas instalações (incêndios, perda de equipamentos, choques elétricos) e dificuldade para a execução das instalações desconformes com as normas vigentes.

O tempo despendido na compatibilização do projeto arquitetônico com o de instalações elétricas será recuperado quando na execução de ambos, evitando desperdício de energia e o mau funcionamento dos aparelhos e equipamentos e permitindo fácil operação e manutenção de toda a instalação.

Para facilitar a manutenção das instalações, o ideal é que o arquiteto proponha soluções a partir do projeto. Por esse motivo, é importante o acompanhamento dos projetistas de instalações já na fase de criação arquitetônica.

De modo geral, os componentes devem ser escolhidos de forma adequada para obedecer a condições de serviço, como: tensão nominal – valor eficaz em corrente alternada da instalação; corrente de projeto – valor eficaz em corrente alternada, que possa percorrê-los em serviço normal; frequência – se esta tiver influência sobre as características dos componentes, a frequência nominal do componente deverá corresponder à frequência da corrente no circuito pertinente; potência elétrica – os componentes escolhidos segundo suas características de potência devem ser adequados às condições normais de serviço, considerando os regimes de carga que possam ocorrer; compatibilidade – os componentes devem ser escolhidos de modo a não causar, em serviço normal, efeitos prejudiciais, quer aos demais componentes, quer à rede de alimentação, incluindo condições de manobra. 

A escolha de qualquer componente e sua instalação deve permitir que sejam obedecidas as medidas de proteção para garantir a segurança e um funcionamento adequado ao uso da instalação e as prescrições apropriadas às condições de influências externas previsíveis (temperatura, altitude, presença de água, presença de corpos sólidos, choques mecânicos, mofo, vibração, influências eletromagnéticas etc.).

Para a elaboração dos projetos deve ser consultada a concessionária de energia elétrica, que fixa os requisitos mínimos indispensáveis para a ligação das unidades consumidoras.

Além das normas da concessionária e das normas específicas aplicáveis, também devem ser consultadas as Normas Técnicas da ABNT, principalmente a NBR 5410 (Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Procedimentos), que contém prescrições relativas ao projeto, à execução, à verificação final da obra e à manutenção das instalações elétricas.

Prof. Eng. Roberto de Carvalho Júnior

Engenheiro Civil CREA 0601117029


 

Sobre o autor: Roberto é engenheiro civil, licenciado em Matemática, com habilitação em Física e Desenho Geométrico. Pós-graduado em Didática do Ensino Superior. Mestre em Arquitetura e Urbanismo.  Projetista de Instalações Prediais desde 1982, já elaborou inúmeros projetos de edificações de médio e de grande porte, executados em várias cidades do Brasil.

Desde 1994, atua na área acadêmica, em faculdades de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, como professor universitário das disciplinas de instalações prediais.   

É autor dos livros “Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura”; “Instalações Elétricas e o Projeto de Arquitetura”;  “Patologias em Sistemas Hidráulico-Sanitários” ; “Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias – Princípios  básicos para elaboração de projetos” e “Interfaces Prediais”. Todos editados pela Blucher de São Paulo. Atualmente, é consultor independente e trabalha na área acadêmica, ministra cursos e palestras discorrendo especificamente sobre assuntos relacionados a sua área de atuação e como consultor independente.