Os projetos de instalações harmoniosamente integrados aos demais projetos do edifício permitirá fácil operação e manutenção das instalações. Mas, pelo fato de as instalações do edifício ficarem embutidas (ocultas), pouca importância é dada a seu projeto, sendo muito comum a execução de obras sem projetos e ricas em improvisações e gambiarras na busca de maior economia utilizando-se materiais de qualidade inferior que, somados à baixa qualificação da mão de obra, acaba por comprometer a qualidade no final da obra.

Durante trinta anos atuando como projetista de instalações prediais tive a oportunidade de constatar vários problemas de compatibilização entre os projetos arquitetônico, estrutural e de instalações hidráulico-sanitárias e elétricas. Além da incompatibilização, também pude constatar vários problemas relacionados à elaboração, leitura e compreensão dos projetos durante a execução das instalações.

Por outro lado, atuando na área acadêmica desde 1994, como professor da disciplina de instalações prediais em faculdades de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, pude observar a carência e a importância de uma bibliografia que atendesse às necessidades de aprendizado e até mesmo de consulta por parte dos profissionais que atuam na construção civil, sobre as interfaces físicas e funcionais do projeto arquitetônico com as instalações do edifício.

As instalações prediais constituem subsistemas que devem ser integrados ao sistema construtivo proposto pela arquitetura, de forma harmônica, racional e tecnicamente correta.

Quando não há coordenação e/ou entrosamento entre o arquiteto e os profissionais contratados para a elaboração dos projetos complementares, pode ocorrer uma incompatibilização entre os projetos, o que, certamente, aparecerá depois, durante a execução da obra, gerando inúmeras improvisações para solucionar os problemas surgidos, visando finalizar a execução das instalações.

Atualmente, a tecnologia BIM (building information modeling ou modelagem de informações de construção) vem sendo cada vez mais utilizada por escritórios de arquitetura e engenharia, tanto no Brasil quanto no exterior. Trata-se de um conceito que envolve o gerenciamento de informações dentro de um edifício desde sua fase inicial de projeto, para o qual é criado um modelo digital que abrange todo o ciclo de vida da edificação. O estudo das instalações prediais e suas interfaces com o projeto arquitetônico, bem como o conhecimento de alguns aspectos tecnológicos dos dispositivos e componentes das instalações é condição básica para que arquitetos e engenheiros utilizem essa nova tecnologia para o total gerenciamento de edificações.

Um projeto arquitetônico elaborado com os equipamentos adequadamente localizados, tendo em vista suas características funcionais, compatibilizado com os projetos de estrutura, fundações, instalações e outros pertinentes, é condição básica para a perfeita integração entre os vários subsistemas construtivos.

Prof. Eng. Roberto de Carvalho Júnior

É engenheiro civil, licenciado em Matemática, com habilitação em Física e Desenho Geométrico. Pós-graduado em Didática do Ensino Superior e mestre em Arquitetura e Urbanismo. Projetista de Instalações Prediais desde 1982, já elaborou inúmeros projetos de edificações de médio e de grande porte, executados em várias cidades do Brasil. Desde 1994, atua na área acadêmica, em faculdades de Arquitetura e Urbanismo e Engenharia Civil, como professor universitário das disciplinas de instalações prediais.
É palestrante e autor dos livros “Instalações Hidráulicas e o Projeto de Arquitetura”; “Instalações Elétricas e o Projeto de Arquitetura”; “Patologias em Sistemas Hidráulico-Sanitários”; “Instalações Prediais Hidráulico-Sanitárias – Princípios básicos para elaboração de projetos”, “Interfaces Prediais” e “Como se faz – 99 soluções de instalações hidráulicas e sanitárias”, publicados pela editora Blucher.
Atualmente, trabalha na área acadêmica e como consultor independente.

 

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